O Carnaval brasileiro perdeu nesta quinta-feira (11) uma de suas figuras mais marcantes: Maria Augusta Rodrigues, aos 83 anos. De personalidade firme e elegância inconfundível, ela foi muito mais do que uma carnavalesca. Foi símbolo de vanguarda, respeito à estética e à cultura popular, deixando um legado que ultrapassa a Avenida.
🎭 De Minas ao coração do samba
Nascida em Minas Gerais, no dia 12 de março de 1940, Maria Augusta chegou ao Rio de Janeiro ainda jovem. Foi na então capital do Brasil que encontrou seu grande amor: o Carnaval. Estudiosa e detalhista, formou-se em Arquitetura e trouxe sua formação técnica para os barracões, revolucionando a forma de pensar cenografia e desfile.
Nos anos 1970, começou sua trajetória dentro das escolas de samba, época em que o espaço para mulheres na criação era ainda mais restrito. Maria Augusta quebrou barreiras, se impôs com talento e refinamento, e logo se destacou como uma das primeiras carnavalescas mulheres a assumir protagonismo no desenvolvimento de enredos.
🌟 A consagração na Imperatriz Leopoldinense
Foi na Imperatriz Leopoldinense que seu talento brilhou com mais intensidade. Atuando como carnavalesca principal da escola entre o final dos anos 70 e início dos 80, assinou projetos que marcaram época e colocaram a agremiação de Ramos no mapa das grandes potências do samba.
Entre suas criações mais emblemáticas estão desfiles que equilibravam o rigor histórico com beleza plástica, sempre com requinte, sobriedade e inovação. Na Imperatriz, ajudou a estabelecer a tradição da escola em tratar o desfile com uma estética quase teatral, sem perder o respeito à cultura popular brasileira.
🏆 Jurada, consultora e referência absoluta
Após sua fase como carnavalesca de barracão, Maria Augusta seguiu influente nos bastidores: atuou como jurada dos desfiles, consultora de enredo e orientadora de jovens carnavalescos. Foi também uma das vozes mais respeitadas nas comissões julgadoras da LIESA, com análises técnicas e embasadas.
Mesmo fora das quadras, seu olhar crítico e artístico seguiu moldando o Carnaval. Era presença requisitada em debates, rodas de samba, programas de televisão e documentários — sempre defendendo a qualidade do espetáculo e a valorização dos profissionais do samba.
“O Carnaval não é bagunça, é arte, é cultura, é projeto.” — dizia, firme, ao falar sobre a importância da profissionalização da festa.
💐 Reconhecimento em vida
Nos últimos anos, Maria Augusta recebeu homenagens em vida por diversas escolas e instituições ligadas ao samba. Na Sapucaí, seu nome era sempre lembrado com reverência — símbolo de uma geração que elevou o desfile das escolas de samba a patamar de arte.
Carnavalescos renomados como Rosa Magalhães, Max Lopes e Alexandre Louzada já declararam publicamente o quanto beberam da fonte de Maria Augusta. Era, como muitos dizem, uma verdadeira “mestra do Carnaval”.
🕯️ Despedida de uma guardiã
Maria Augusta faleceu no Rio de Janeiro, em decorrência de causas naturais, deixando filhos e netos. O velório será realizado em cerimônia restrita à família e amigos íntimos.
Até o fechamento desta matéria, a LIESA e outras entidades carnavalescas ainda não haviam divulgado nota oficial, mas bastava ver as redes sociais para notar: o Carnaval inteiro está de luto.
📸 Legado imortal
Maria Augusta não será lembrada apenas pelas fantasias luxuosas ou pelas alegorias monumentais. Ela será eternizada pelo olhar sensível ao Brasil profundo, pelo respeito à ancestralidade, pela postura firme diante dos modismos e pela certeza de que o samba pode ser, sim, refinado — sem jamais perder sua raiz.
📸 Imagem histórica de Maria Augusta nos anos 80, em meio às ferragens do barracão da Imperatriz Leopoldinense. Ela sorria, apontando para uma maquete. Era o Carnaval nascendo das mãos de uma arquiteta da folia.
💬 “Maria Augusta foi a elegância em pessoa. Uma mulher de personalidade forte, que elevou o nível do Carnaval brasileiro.” — depoimento de um ex-dirigente da Imperatriz Leopoldinense.
🎗️ A equipe do SAPUQUEI se despede com gratidão, respeito e profunda emoção.
Maria Augusta seguirá viva nos desfiles que respeitam o enredo, nos carros bem construídos, nas alas que desfilam com alma, e em todo apaixonado pelo samba que entenda o Carnaval como arte, memória e resistência.
🕊️ Descanse em paz, Augusta. O céu hoje abre alas para você passar.
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Fotos de redes sociais ligado a Carnavalesca
