O mundo do samba está de luto. Fábio de Mello, um dos maiores coreógrafos da história do Carnaval, faleceu aos 61 anos, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira. O artista foi responsável por transformar as comissões de frente em verdadeiros espetáculos cênicos, marcando época principalmente na Imperatriz Leopoldinense, escola onde brilhou entre 1992 e 2007, retornando em 2015.
Uma trajetória brilhante na Imperatriz Leopoldinense
A primeira passagem de Fábio de Mello na Imperatriz Leopoldinense foi em 1992, no enredo “Não Existe Pecado Abaixo do Equador”. Naquele ano, a carnavalesca Rosa Magalhães estreava na escola, dando início a uma parceria histórica. No ano seguinte, Mello criou sua primeira comissão de frente na agremiação, no desfile que homenageava o próprio Marquês de Sapucaí. A inovação e a elegância de seu trabalho logo se tornaram referência.
Ao longo de sua trajetória na Imperatriz, Fábio ajudou a escola a conquistar cinco títulos no Grupo Especial (1994, 1995, 1999, 2000 e 2001) e seis prêmios Estandarte de Ouro pelo quesito Comissão de Frente (1993, 1995, 1997, 2000, 2006 e 2015). Seu retorno em 2015 rendeu mais um Estandarte de Ouro, coroando sua genialidade.
Reconhecimento e contribuição para o Carnaval
Fábio de Mello foi um dos mais premiados coreógrafos do Carnaval. Além dos seis Estandartes de Ouro pela Imperatriz, ele também conquistou o prêmio em 2008, pela comissão de frente da Mocidade Independente de Padre Miguel.
Seu trabalho se destacava pela inovação e teatralidade. Inspirado na dança clássica e no teatro, ele incorporava elementos cênicos marcantes, como máscaras, leques e sombrinhas, que encantavam o público e os jurados. Com um olhar refinado, Fábio também valorizava os dançarinos da comunidade, mantendo a essência do samba e dando oportunidades a novos talentos.
Uma vida dedicada a dança e ao Espetáculo
Fábio de Mello não foi apenas um revolucionário do Carnaval, mas também uma figura central na dança brasileira. Formado pelo Conservatório de Amsterdam, ele fundou e dirigiu o Ballet Contemporâneo do Rio de Janeiro. Ao longo de sua carreira, ajudou a formar inúmeros bailarinos que se tornaram primeiros solistas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Com sua experiência na dança clássica e contemporânea, ele trouxe para o Carnaval uma estética refinada, que unia técnica e emoção. Cada comissão de frente criada por Fábio contava uma história, misturando arte e espetáculo de maneira única.
Legado e Despedida
A notícia de sua morte causou grande comoção no mundo do samba. Diversos artistas e integrantes de escolas de samba lamentaram a perda de um dos maiores nomes do Carnaval. A Imperatriz Leopoldinense, em nota oficial, destacou a importância de Fábio para a história da escola e sua inestimável contribuição para o desfile da agremiação.
Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento. Sua partida deixa um vazio imenso, mas seu legado seguirá inspirando novas gerações de coreógrafos, dançarinos e apaixonados pelo Carnaval.
Fábio de Mello será eternamente lembrado como um mestre da arte, um visionário das comissões de frente e um verdadeiro gênio do Carnaval.
Fotos de suas redes sociais e mídias de carnaval
Redação/ EQUIPE SAPUQUEI
