É De Arerê, Vento De Matamba / É Dela O Trono Onde Reina O Samba / Sou A Voz Do Gueto, Dona Das Multidões / Matriarca Das Paixões, Mangueira

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2024 – Na madrugada deste domingo, a Estação Primeira de Mangueira definiu o samba que embalará o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões” na Marquês de Sapucaí. A parceria liderada por Lequinho conquistou a vitória em uma emocionante final no Palácio do Samba, garantindo que seus versos representem a escola na busca pelo título em 2025.

Transmitido ao vivo pelo YouTube oficial da agremiação, o evento reuniu compositores, segmentos da escola e sambistas de diversas partes do Rio, em uma noite histórica marcada pelo lançamento do show especial “Giras da Mangueira”. A apresentação destacou a importância das rodas na tradição cultural bantu, homenageando a ancestralidade preta que permeia o enredo da escola.

Celebração e Anúncio Oficial
A presidente Guanayra Firmino abriu a noite saudando os presentes e enaltecendo todas as parcerias participantes. Em clima de muita alegria e nostalgia, sambas consagrados da Mangueira embalaram o público antes do aguardado anúncio do vencedor. A revelação ocorreu às 5h, marcando o início de uma grande celebração no Palácio do Samba, ao som da bateria “Tem que Respeitar Meu Tamborim”.
A quadra vibrava com a confirmação do samba de Lequinho e parceiros – Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. A obra promete emocionar o público na Sapucaí, destacando a trajetória dos povos bantus e suas contribuições para a identidade cultural carioca.

Um Enredo de Ancestralidade e Resistência
O carnavalesco Sidnei França desenvolve o enredo que irá enaltecer a historicidade preta e a resistência da diáspora africana. A narrativa trará à tona a presença dos povos bantus, que desembarcaram no Cais do Valongo e transformaram a vida nas comunidades e nas favelas cariocas. O desfile da Mangueira em 2025 será um manifesto de memória e celebração da cultura preta no Rio de Janeiro.
Letra do Samba-Enredo 2025
Compositores: Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim
Sou Luanda E Benguela /
A Dor Que Se Rebela, Morte E Vida No Oceano /
Resistência Quilombola Dos Pretos Novos De Angola /
De Cabinda, Suburbano
Tronco Forte Em Ribanceira, Flor Da Terra De Mangueira /
Revel Do Santo Cristo Que Condena /
Mistério Das Kalungas Ancestrais /
Que O Tempo Revelou No Cais /
E Fez Do Rio Minha África Pequena
(…) É De Arerê, Vento De Matamba /
É Dela O Trono Onde Reina O Samba /
Sou A Voz Do Gueto, Dona Das Multidões /
Matriarca Das Paixões, Mangueira /
O Povo Banto Que Floresce Nas Vielas /
Orgulho De Ser Favela
A Noite da Final: Festa e União
A grande final foi uma verdadeira celebração do samba. A rainha de bateria Evelyn Bastos brilhou à frente dos ritmistas, conduzindo uma apresentação de tirar o fôlego, enquanto passistas e baianas encantavam o público. As rodas de samba, a presença de compositores históricos e o entrosamento entre os segmentos garantiram uma atmosfera mágica na quadra da escola.
Sobre a Estação Primeira de Mangueira
Fundada em 1928, a Estação Primeira de Mangueira é uma das escolas de samba mais tradicionais e respeitadas do Rio de Janeiro. Com 20 títulos do carnaval, a verde e rosa se destaca pela defesa da cultura popular e da negritude, sendo reconhecida mundialmente por sua música e história. Atualmente presidida por Guanayra Firmino, a primeira mulher a ocupar o cargo na história da agremiação, a escola segue firme na missão de exaltar a identidade e a resistência do povo brasileiro.
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Mangueira 2025: Mais do que samba – um canto de resistência, memória e orgulho na Sapucaí.